Por Dr Semir Osmangich em dezembro de 2010
NOTA: Descobridor e Guardião Sagrado do Complexo Tri-Piramidal da Bósnia, o Dr Semir Osmanagich (PhD) escreveu dez livros sobre civilizações antigas (o Mundo Maia e as antigas civilizações do Peru, México, Pacífico, África e Europa), que foram publicados nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Turquia, Estônia, Croácia, Rússia e Bósnia-Herzegovina.
Dr Osmanagich é um membro da prestigiada Academia Russa de Ciências Naturais e tem se apresentado em canais de televisão – incluindo CNN, ABC, BBC e National Geographic Channel – em inúmeras entrevistas e documentários sobre sua descoberta de um Antigo Complexo de Pirâmides na Bósnia-Herzegovina, em 2006.
Possui dois graus de Bacharel em Economia e Ciências Políticas, Mestrado em Economia Internacional e Doutorado em civilizações antigas. Estudou as Pirâmides do México e América do Sul por dez anos e escreveu muitos livros sobre o tema. Ele acredita que o complexo Tri-Piramidal da Bósnia – que se localiza numa linha exata de 51 graus que conecta o complexo de Guizé, as Pirâmides Bósnias e Stonehenge – seja um complexo antigo construído há, no mínimo, 15000 anos atrás.
Faz quase cinco anos que eu entrei, pela primeira vez, no túnel subterrâneo “Ravne”. Naquele tempo, ele era chamado de “caverna”. Havia uma pequena entrada de meio metro e um túnel pouco profundo, que terminava 130 metros adiante.
Essa foi a época em que anunciei para o Mundo a descoberta das primeiras pirâmides européias em Visoko: a Pirâmide Bósnia do Sol e a Pirâmide Bósnia da Luz. Em 2005, este era um projeto de um único homem, sendo que eu pagava todos os custos e análises.
Baseado na minha experiência com as pirâmides da China (Província de Shaanxi), México (Teotihuacan) e Guizé (Saqqara e Guizé), eu sabia que descobriríamos um labirinto sob as pirâmides Bósnias. Isto foi exatamente o que escrevi no meu livro sobre a descoberta das pirâmides em outubro de 2005. Minha hipótese foi encarada com bastante ceticismo e rótulos desagradáveis pelos professores universitários de Sarajevo e outros lugares.
Então, quando entrei pela primeira vez na “assim chamada caverna”, no local onde se encontra a Pirâmide, para mim era bem óbvio que ela era uma construção feita pelo homem. Decidi começar um trabalho arqueológico lá dentro. Desde então, temos desobstruído túneis existentes. Em vez de um único túnel, percebemos agora que existe toda uma rede de túneis e câmaras subterrâneas, escondidos entre 5 e 25 metros de profundidade sob o complexo de Pirâmides.
Dois mistérios nos acompanham desde o começo: quem construiu esta enorme rede, e quem e por que interditou todos os túneis laterais? Isto é, todos os túneis estavam totalmente obstruídos com materiais de leito de rio (pedras, pedregulhos, areia, argila) e depois selados com parede de junta seca.
Alguns dos especialistas que vieram a Visoko, como os mundialmente conhecidos doutores em Geologia, Roberto Schoch de Boston e El Anbaawy do Cairo, afirmaram que essa rede de túneis foi formada pela água. Geólogos bósnios de Tuzla, que nunca vieram visitar os túneis, falaram de instalação de mina de carvão. O arqueólogo bósnio, Enver Imamovic, pensou que fosse uma mina de ouro romana. O curador do museu, Zilka Kujundzic, mencionou a possibilidade de ser um esconderijo do Exército Iugoslavo. O povo de Visoko achava que isto era um túnel da Idade Média, para a fuga dos reis da Bósnia e da Rainha Catarina.
Bem, nenhum deles estava certo!
Como eu supunha, este era um labirinto subterrâneo pré-histórico que conectava todas as pirâmides e outros lugares de interesse. As análises por radiocarbono que realizamos na Suécia (Universidade de Upsala), Alemanha (Universidade de Kiel) e Polônia (Instituto Gliwice) mostraram uma idade maior do que qualquer outra cultura adiantada do solo bósnio (3091 a 5080 anos)
Mas o verdadeiro desafio para a nossa equipe foi o fato de termos que escolher o túnel certo que nos levaria à Pirâmide Bósnia do Sol. Conseguimos fazer isto usando bússola e mapas topográficos. Ao mesmo tempo, tivemos que remover centenas de toneladas de entulho e tornar este lugar seguro para pesquisadores e visitantes.
Passamos dezenas de milhares de horas de trabalho limpando e fortificando os túneis no período entre dezembro de 2006 e dezembro de 2010. Uma extensão de 400 metros foi fortalecida com suportes de madeira. Considerando o fato de que ainda tínhamos mais 90% ou 2,5 quilômetros para chegar à pirâmide, eu estava pronto para trabalhar pacientemente mais 30 anos até chegar à maior pirâmide do Planeta.
O verão de 2010 foi muito bem sucedido. Tivemos 500 voluntários de 30 países que trabalharam conosco. Alguns deles nos ajudaram a descobrir três câmaras subterrâneas (de 50m2, 30m2 e 20m2) e o primeiro lago subterrâneo. Isto ofereceu novos elementos a esta estrutura subterrânea.
Passamos o mês de novembro limpando a terceira câmara subterrânea. Desta câmera podíamos ver seis túneis laterais interditados, conduzindo a direções diferentes. Decidi avançar em direção ao Sul, que é um caminho para a Pirâmide Bósnia do Sol. E então, em 30 de novembro, tivemos um momento de emoção e surpresa. Depois de removermos duas paredes de junta seca à nossa frente e várias toneladas de entulho, descobrimos um buraco na parede. Alargamos o buraco. Era escuro. Entramos nele. Do outro lado, havia outra parede e várias toneladas de entulho.
Mas, mais adiante, à esquerda e à direita, percebemos dois túneis desobstruídos, indo em duas direções, Sul e Norte. Nada de entulho. A altura na interseção era de 2,5 metros. Avançamos, primeiro para o Norte. O teto abaixou para 1,3 metros. À nossa frente, havia um túnel semicircular, sem um final visível. O túnel estava coberto com 20 a 30 cm de água. A largura do túnel era a mesma em todo lugar.
Avançamos pela água. Foi uma sensação excepcional. Nenhum pé humano tinha entrado nesse túnel há centenas de anos!
Dos dois lados das paredes, notamos mais paredes e mais túneis laterais interditados. Mas aquele no qual estávamos caminhando estava totalmente livre e limpo. Em uma área, nas paredes laterais, podíamos perceber uma camada de argila. Alguém tinha usado ferramentas para remover a argila, de modo a manter a mesma largura no túnel.
Voltamos e começamos a caminhar no túnel que leva ao Sul, que é a direção da Pirâmide Bósnia do Sol. Foi mais emocionante ainda! Descobrimos compridas paredes de junta seca até então intocadas. Elas foram construídas com perfeição – a parte de baixo encaixando-se completamente na de cima a seco. Que belo trabalho artesanal! Seria extremamente difícil fazer algo semelhante hoje em dia sem argamassa. A altura, neste setor, subiu para 2 metros.
Caminhamos 150 metros na direção Norte e mais de 200 metros na direção Sul. Nenhum obstáculo à nossa frente. Tudo estava aberto! Seria possível que tivéssemos descoberto o túnel principal? Se fosse este o caso, ele estava bem escondido e a salvo do mundo exterior. Tivemos que retirar toneladas de entulho para chegar lá.
“E se esse túnel nos levar diretamente à Pirâmide Bósnia do Sol?” – pensamos – “É possível, porque tem uma boa direção. Mesmo que encontremos mais setores selados à nossa frente e tivermos que retirar mais entulho, nós ainda teremos salvado anos de trabalho.”
Há poucos dias atrás nós descobrimos pelo menos 500 metros livres de entulho. Este era o avanço que precisávamos. A arqueóloga principal da Fundação, Dra. Sara Acconci, voou de Milão, Itália, para Visoko e começou a documentar esta descoberta.
Fizemos um plano para começarmos a trabalhar na seção Sul e deixarmos a seção Norte no estado original. Precisaremos bombear água para fora, remover sujeira e lama, e depois fortalecer os tetos com apoios de madeira.
O prefeito da cidade de Visoko veio nos visitar no primeiro dia. Ele ficou encantado! A TV local o acompanhou. No dia seguinte, tivemos uma TV estatal. A principal TV sérvia também apareceu…
Estamos aguardando um inverno emocionante aqui no Vale Bósnio das Pirâmides!
Tradução de Vera Corrêa
Fonte: www.Earth-Keeper.com.
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