terça-feira, 6 de setembro de 2011

ENTRANDO EM UMA NOVA REALIDADE

Julie Redstone
Setembro de 2011

Para entrar em uma nova realidade e deixar para trás a velha, as estruturas dos velhos hábitos devem ser colocadas em um pequeno compartimento, de modo que elas possam ser preservadas durante o tempo que for preciso, mas de uma maneira muito mais limitada. Pois o novo exige uma completa mudança nossa em termos de prioridades e de relacionamentos com o que existia antes, e somente aqueles hábitos de pensamentos e de sentimentos que ressoem com as suas energias mentais e emocionais serão capazes de se adaptar ao novo e provar ser uma alternativa viável de viver em um mundo diferente.

O sentido de necessidade de deixar ir o familiar e entrar em território desconhecido é, para muitos, o aspecto mais difícil ao encontrar uma nova realidade, em grande parte porque a necessidade de segurança pessoal e de um senso de sua própria identidade repousa nas estruturas do passado, interagindo com outras estruturas do passado que residem em outros. Quando a realidade muda de uma forma significativa, estes relacionamentos são também alterados. Portanto, o ponto de apoio, tanto para o sentimento de segurança, quanto para um sentido de identidade, deve ser desenvolvido de novo, como se fosse uma criança aprendendo como fazer as coisas pela primeira vez.

Pois enquanto o tempo provou operar de uma forma linear, com novas adições emergindo de eventos e condições passadas, foi possível prever como se poderia comportar em circunstâncias imprevistas. Mas onde o próprio tempo não mais opera desta forma, mas dá um salto quântico em um tipo diferente de realidade, o que não foi visto antes, então o passado não pode mais servir como um guia para o futuro e algo diferente disto deve se tornar a base para criar um sentimento de segurança.

O que algo mais poderia ser depende dos valores essenciais do eu individual e se estes valores incorporam uma zona de conforto quando se confia na Fonte invisível da vida. Quando eventos imprevisíveis podem ser mantidos no contexto de um relacionamento com uma Inteligência Iluminadora que guia a transição para um novo modo de vida, a zona de conforto que pode ser restabelecida, mesmo na ausência do familiar, será restabelecida mais rapidamente. Em tais casos, haverá a ansiedade de aprender como navegar sob novas circunstâncias e como se conduzir em todos os sentidos.

Mas onde o sentido do relacionamento com uma Inteligência iluminadora não está disponível ou é rejeitada, então um desejo de compensação pode surgir na presença de condições muito alteradas, de agir como se elas não fossem diferentes, de rejeitá-las, ou diminuir o seu senso de valor. Este apego ao velho, até quando parece ser impossível fazer isto, é um resultado de um estado subjacente e frequentemente inconsciente de medo que não permite que o eu se adapte a novas circunstâncias, usando racionalizações e justificativas para se apegar à ilusão de que é ainda possível viver como se estivesse no passado.

A necessidade de perpetuar a ilusão de estar no controle ao agir como se o presente fosse o passado, é uma necessidade mais forte para as pessoas que não foram capazes ou que se sentiram temerosas de enfrentar os seus medos internos de uma forma profunda. Alguns têm usado a vida como um estágio em que para evitar a auto-confrontação encontra substitutos em quase todas as circunstâncias que permitiram um foco na realidade externa e não na realidade interior. Outros, esconderam o seu coração em um espaço tão profundamente esquecido que até eles não podem encontrá-lo quando desejarem. A fim de corrigir esta situação, a exposição ao verdadeiro centro do sentimento deve se tornar consciente novamente, de modo que o eu consciente possa participar na decisão de viver o presente no momento presente, com tudo o que isto envolve.

A capacidade de mudar as realidades já foi preparada em muitas pessoas que, nesta vida, tiveram que passar por mudanças significativas, liberando muitas coisas a que o coração, ou parte dele, teve que se apegar, e tentando entrar graciosamente em um futuro desconhecido. Muitos tiveram que enfrentar este processo de deixar ir, e isto é uma preparação forte e profunda para viver em um novo mundo. O que é mais importante sobre a possibilidade de fazer a transição com sucesso para o novo e o desconhecido é o sentimento de que o ser essencial permanece o mesmo, que o amor permanece o mesmo e que a formação de novos modos de ser estarão baseados neste amor que se tornará o vínculo único e indestrutível que formará a base para uma nova sociedade e para um novo modo de vida.


Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br

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