quinta-feira, 14 de abril de 2011

AMOR

Texto de Neale Donald Walsch - Autor de Conversando com Deus
(Tradução: Sandra Barroca)

As Cinco Emoções Naturais

Olá, Pessoal...

Estamos explorando aqui as Cinco Emoções Naturais: Sofrimento, Raiva, Inveja, Medo e Amor. Essas emoções são ferramentas, presentes dados a nós por Deus, para criarmos uma vida melhor. Nas quatro últimas semanas contemplamos o Sofrimento, a Raiva, a Inveja e o Medo. Hoje, uma exploração do Amor.
Amor é uma Emoção Natural. Quando ele pode ser expressado, e recebido, por uma criança, normal e naturalmente, sem limitações ou condições, inibições ou constrangimentos, ele não necessida de mais nada. Pois a alegria do amor expressado e recebido dessa maneira é suficiente por si mesma. Mas, o amor que foi condicionado, limitado, deturpado por regras e regulamentos, rituais e restrições, controlado, manipulado e contido, se torna não natural.

Crianças que são levadas a sentir que seu amor natural não está certo -- que é errado expressá-lo, e que, na verdade, elas não deveriam nem experimentá-lo -- terão um período difícil para lidar apropriadamente com o amor quando adultas.

O amor que é continuamente reprimido se transforma em possessividade, uma emoção bastante não natural. Pessoas mataram por causa da possessividade. Guerras se iniciaram, nações caíram.

As pessoas amam estar amando. Mas "amor" é uma grande palavra. É a maior palavra num idioma. Qualquer idioma.

O que é amor, realmente? Conversando com Deus tem muito a dizer sobre esse assunto. Entre outras coisas, ele diz que o amor é uma decisão, não uma reação. Essa pode ser uma das coisas mais importantes que alguém poderia dizer sobre o assunto. O verdadeiro amor nunca é o resultado da aparência de uma pessoa, seu comportamento ou como ela interage com você. Amar é uma escolha, não importando a aparência do outro, seu comportamento ou como ele interage conosco.

Isso não quer dizer que o verdadeiro amor requer que a gente permaneça numa relação que é abusiva. Não confunda as palavras "amor" e "relacionamento". Nós não estamos mostrando que amamos uma pessoa por estarmos em um relacionamento. Aliás, há casos em que nós podemos provar que a amamos indo embora. Então, não é verdade que o amor exija que aceitemos abusos de quem amamos.

Se uma pessoa é abusiva conosco, é abusivo para ela permitir que seu abuso continue. Pois se nós permitirmos que seu abuso continue, o que ensinaremos a ela? Mas, se tornamos claro que o abuso é inaceitável, o que elas aprenderão então?

Certamente, é verdade que ninguém pode realmente "sair" de um relacionamento. Estamos sempre nos relacionando uns com os outros, e a única coisa que muda é a forma que o relacionamento toma. Você não pode terminar um relacionamento, você apenas pode mudá-lo. Então, não pense em termos de acabar seu relacionamento, pense em termos de mudá-lo. Você pode desejar mudar sua forma, ou você pode querer continuar com a forma, mas mudar suas características dentro dessa forma.

Escolher amar alguém -- realmente amar -- é uma atitude muito elevada. É a marca do Mestre. Amar alguém como uma "reação" é de algum modo uma experiência menos elevada. É a marca do discípulo. O perigo de amar alguém como uma reação é que aquele que amamos pode mudar. Na verdade, é uma certeza que a pessoa mudará. Ela pode ganhar peso, ou perder. Ela pode alterar sua personalidade. Ela pode mudar suas ideias sobre algo importante para nós. E se amamos o que os outros trazem para nós num relacionamento, poderemos estar caminhando para um desapontamento imenso.

Então, chegamos à segunda grande verdade sobre tudo isso: o amor não tem a ver com que o outro traz para você, tem a ver com o que você leva ao outro. Aliás, o propósito de todos os relacionamentos amorosos é nos proporcionar uma oportunidade de decidir e declarar, ser e expressar, nos tornarmos e concretizar, Quem Nós Realmente Somos.

Esse é talvez uma outra forma de expressar a primeira verdade, porque Quem Nós Realmente Somos é uma escolha, não uma reação. É uma decisão, não uma reação - embora seja verdade que muitas pessoas pensem que é o contrário.

Quando eu falo para jovens sobre amor, digo a eles que há duas questões, que têm a ver com vida e relacionamentos, que todo mundo se beneficiaria em perguntar.

1. Onde estou indo?

2. Quem vai comigo?

É importante perguntar isso na ordem certa. Muitas pessoas invertem -- e sofrem pelo resto de suas vidas. Primeiro elas perguntam, quem vai comigo em minha vida? Então perguntam, onde estou indo? Frequentemente, a escolha do destino é condicionada e comprometida pela escolha da companhia. Isto pode resultar em uma jornada muito desconfortável.

Eu me lembro como, num dos nossos retiros de renovação espiritual, uma jovem mulher, na faixa dos 20, perguntou tristemente, "Qual a sensação de amar?" Eu disse a ela que não podia falar pelos outros, mas que sabia qual a sensação para mim. A sensação é de que só existe um de nós no aposento.

Quando estou com minha amada, Em, parece que não há um lugar onde "Eu" termino e "ela" começa. Quando eu olho nos olhos de Em, é como olhar para os meus próprios olhos. Quando sinto que Em está triste, é como se a tristeza penetrasse em meu próprio coração. Quando ela sorri, meu coração sorri com ela -- como ela. Eu gostaria de poder me sentir assim em relação a todo mundo. É pra isso que estou trabalhando. Eu sinto isso por mais e mais pessoas a cada dia.

Um Curso em Milagres diz, "Sem relacionamentos especiais". Em outras palavras, nenhuma pessoa deveria ser mais especial para nós do que outras. É como Deus experimenta o amor. Não há condições, e ninguém é mais especial que ninguém.

É difícil para muitas pessoas entenderem isso. Como Deus pode amar a nós todos igualmente, o "bom" e o "mau" do mesmo jeito? É porque Deus não vê nenhum de nós como "bom" ou "mau". Todos somos perfeitos aos olhos de Deus, não importa como nos comportamos. Seres humanos têm um longo caminho a percorrer antes que possam reivindicar isso. A maioria de nós impõe condições e mais condições para o nosso amor, e somos muito rápidos para bater em retirada quando essas condições não são satisfeitas.

Então, a terceira grande verdade sobre o amor é que ele não conhece condições. Não existe algo como "Eu amo você SE..." no mundo de Deus.

A quarta grande verdade sobre o amor é que ele não conhece limitações. Amor é liberdade, experimentada. Liberdade total e absoluta. Assim, quem ama alguém nunca procura restringir ou limitar esse outro de qualquer forma. Isto é uma coisa difícil para muitas pessoas. Para muitos, o amor se traduz, em linhas gerais, em "posse". Não que isso seja expressado, é claro. É simplesmente sentido. É uma sensação de "você é meu/minha". Certamente, no verdadeiro amor nada poderia estar mais distante da verdade. E no verdadeiro amor, tais ideias ou pensamentos nunca são parte do paradigma. Ninguém possui ninguém, e ninguém age como se possuísse.

Isso tem maiores implicações, como se pode imaginar. Então, agora eu vou listar a quinta, e talvez a mais "polêmica", verdade sobre o amor que eu conheço.

O amor nunca diz não. Não para pessoas com maturidade e inteligência iguais. (Não estamos falando sobre crianças aqui. Vamos limitar esta discussão aos adultos.)

Seja qual for o pedido do(a) amado(a), o amor diz sim. Isto não quer dizer que opiniões pessoais não são expressadas, nem que preferências pessoais não são declaradas. Mas, no final, um pedido do(a) amado(a) nunca é negado.

Mais uma vez, isso é difícil para muitas pessoas aceitarem. Mas esse é o jeito que Deus ama. Eu gosto de dizer em minhas palestras e retiros que Deus tem apenas uma palavra em Seu vocabulário. Deus sempre diz sim. Não importa o que você quer, não importa o que você escolhe, Ele nunca diz não.

Essa ideia pode ser reduzida a duas palavras: Deus permite.

Como Conversando com Deus ensina que as palavras "Deus" e "amor" são intercambiáveis, você poderia então dizer, "o amor permite".

No fim, é o que o amor faz. O amor permite. Ele nunca restringe, nunca limita, nunca bloqueia, apenas permite. Em relações de amor verdadeiras, você precisa ter o que deseja.

A sexta verdade sobre o amor é que ele sempre se renova. Ele nunca se esgota.

Como um ritual regular em nosso casamento, Em e eu trocamos nossas promessas de casamento todos os anos em nosso aniversário de casamento. Fazemos uma cerimônia de casamento completa, com um pastor, convidados, jantar e bolo... tudo a que temos direito. Agora, alguns dos nossos amigos casados nos disseram que adoraram a ideia e que eles agora fazem o mesmo em seus aniversários de casamento! ;o)

É tão gratificante quando vemos algo assim acontecer! É como se o Próprio Amor multiplicasse a Si Mesmo, tendo a nós como instrumentos. E você, também, pode ser, igualmente, um instrumento para a Multiplicação do Amor. Com cada pensamento que você tem, com cada palavra que você pronuncia, com cada ato que você pratica.

Amor é uma emoção natural. Quando somos autorizados a expressá-lo completamente todos os dias, de todas as maneiras, nós começamos a viver através da experiência direta de Quem Nós Realmente Somos.

Até semana que vem...

Amor e Abraços,

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