
Quando o descobrimento do mundo interior tem início, geralmente o indivíduo é levado a reconhecer a sua própria energia, a interagir com ela, a absorvê-la em seus corpos e a exprimi-la na vida externa com uma perfeição que dia a dia deve ir aprofundando. No decorrer desse processo, esse contato atingirá um ponto tal que as disparidades entre o lado humano e o interno do ser diminuem, estabelecendo-se maior comunhão entre aspectos aparentemente contraditórios.
Quando essa comunhão está para acontecer, transformações prenunciam a fase futura em que o indivíduo compartilhará mais integralmente da unidade da vida cósmica, em que ele verá a sua energia característica, pessoal, ceder lugar à naturalidade, e verá sua consciência ampliar-se, levando à dissolução a tendência de identificar-se com uma ou outra manifestação de núcleos superiores, tais como os centros intraterrenos, as Hierarquias e os Raios.
Ele terá então de adquirir grande mobilidade diante das situações que lhe forem apresentadas, transcendendo manifestações isoladas da energia e unindo-se à essência da vida.
Deixará, portanto, de ter preferências. Sua sintonia passará a ser regida não mais por afinidades, mas pela necessidade planetária. Assim poderá num momento exprimir a energia pura de certo Raio e no momento seguinte a de outro, conforme demandar o Plano evolutivo. Seu trabalho abrangerá âmbitos cada vez maiores, como decorrência e como reflexo da ampliação que vai ocorrendo em sua própria consciência.
Desse modo, um servidor, no sentido espiritual do termo, abdica de suas afinidades; não mais pergunta o que o próprio ser deseja manifestar, mas sim o que a vida planetária necessita que seja manifestado para tornar-se mais perfeita. E prossegue seu caminho com perseverança e fidelidade, sabendo que por meio do serviço poderá colher frutos doces e amargos, que devem ser igualmente aceitos. Seu empenho estará em alimentar a chama interior, atraindo para a Terra a luz que revela os mistérios da existência e demonstra serem todos os homens chispas de um único fogo, transmutador, renovador e que permite a continuidade dos cosmos. (...)
(...) Esta humanidade poderá ter sua expressão espiritual quando ao menos parte dela reconhecer o amor que sua própria essência nutre pela luz e pela verdade, e a esse amor abrir-se. Não é o número de indivíduos, mas sim a qualidade da sua entrega ao Supremo que promoverá a mudança de polarização da consciência da humanidade como um todo. Por isso os pensamentos, os sentimentos e as ações daqueles que despertaram deve estar permeados por essa entrega, a qual não só mantém sua própria conexão com a Realidade, mas a irradia aos semelhantes, auxiliando-os a igualmente atingi-la.
As interferências decorrentes da instabilidade dos corpos materiais exigem um esforço especialmente intenso em certos trechos do caminho da libertação, porém contribuem para que o peregrino adquira maior habilidade e destreza.
Fazem parte da trilha infinita que a cada nova etapa descortina à consciência horizontes mais amplos e mais belos, levando-a a reconhecer sua aproximação da Fonte. (...) Um estado de insatisfação e de conflito ronda a existência dos homens neste planeta. Esse estado não mudará até que percebam que a necessidade interna, planetária e humana, se transformou. O que a vida material oferece não atende mais à demanda da humanidade. Ainda que ela não o assuma, já foi tocada pela energia espiritual.
Enquanto a inércia dos corpos densos preponderar sobre esse novo estado interior haverá conflito no ser e conseqüentemente em toda a face da Terra. Entretanto, o impossível inexiste para a Realidade. O que parece distante e aparentemente inatingível aproxima-se quando o peregrino empreende a marcha em direção a ele.
No caminho espiritual, nada se encontra tão longe que não possa ser alcançado e nada se encontra tão perto que se confunda com o viver humano. Sublime beleza permeia essa senda, em que o peregrino aprende a deslocar-se com a leveza dos pássaros. Mundos sutis acolhem seus passos em solo desconhecido e conduzem-no a níveis onde um amor singelo, inocente e puro lhe penetra o coração e limpa-lhe os olhos, revelando-lhe cada ser à imagem do Criador. É um amor que rompe os véus da ignorância e mostra à consciência que no interior de todos mora a semente de um novo tempo, uma promessa que ora começa a ser cumprida.
Ao longo desse caminho, entretanto, é inevitável a emersão de aspectos negativos. A transmutação dessas forças retrógradas consome grande potencial de energia, porém, é facilitada quando brota no ser o trabalho interior e quando entrega, o amor e a doação se estabelecem em certo grau na sua consciência. Essas virtudes ensinam-lhe o valor da ação impessoal, silenciosa e invisível.
Concomitantemente ao que se passa na vida externa, seja qual for a circunstância na qual o ser se encontra, torna-se então perceptível dentro de si a chama que o mantém unido ao fogo que alenta a Criação.
Essa chama é como o fio principal que coliga cada indivíduo ao cosmos. É um canal ilimitado, por meio do qual o ser é colocado diante da luz despido de tudo, tanto nos seus aspectos positivos quanto dos negativos. Desperta na consciência um amor que não pune, mas eleva; que não é complacente, mas indica-lhe de modo especial o que deve ser por ela superado para que a sua expressão se torne plena dessa luz.
A cada indivíduo cabe descobrir seu próprio fio de união com a Hierarquia, e encontrar a sintonia com a Fonte. Tempos de caos ou de calmaria passam a ter valor equivalente para aquele que consegue reconhecer esse vínculo interno. As velhas formas, conceitos e estruturas dão lugar ao novo que está nascendo no planeta.
O trabalho de renovação, de demolição de formas cristalizadas para o ressurgimento da vida requer soltura e maleabilidade. Muitos adquirem essas qualidades por meio do sofrimento. Portanto, é natural que o corpo astral comunique à consciência seu estado de insatisfação, como também faz parte do mecanismo do corpo mental questionar. Entretanto, o que difere do homem comum o ser que se dedica á vida interior é o modo como a consciência se relaciona com o movimento desses corpos.
CDS de Trigueirinho que ampliam estes temas:
- Aos que Despertam
- Conversas com Trigueirinho nº 346
- Conversas com Trigueirinho nº 351
- Conversas com Trigueirinho nº 353
Trechos extraídos do livro:
AOS QUE DESPERTAM
Trigueirinho – páginas.14, 15, 16, 31,32, 35, 36 e 337.
Editora Pensamento - 1993
Maiores informações sobre livros e CDs de partilhas:
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A Irdin Editora está disponibilizando algumas partilhas para serem baixadas gratuitamente em formato MP3.
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