sábado, 17 de abril de 2010

PRESENTES E TRAGÉDIAS DA VIDA - PARTE III

Meus queridos amigos...
Nós concluímos hoje nossa série de três partes:


Então, muitas coisas 'ruins' acontecem a pessoas boas. O que acontece aqui? O que tudo isso significa? Como o estudante da espiritualidade entende sobre os presentes e tragédias da Vida?

"Por acaso" (não há coincidências no Universo) eu estou trabalhando duro atualmente na biografia de Barbara Marx Hubbard, uma futurista e visionária de primeira linha, e uma mulher que está mudando o modo que pensamos sobre o que é ser humano. No capítulo I que estou terminando, conto a história de como Barbara descobriu sobre a doença terminal (e, como última consequência, o fim da vida) de seu filho, Wade. E gostaria de examinar um pouco dessa escrita aqui, porque vai direto ao ponto...

Certo... do livro, então... que se intitula THE MOTHER OF INVENTION: The Legacy of Barbara Marx Hubbard and the Future of You...
(A MÃE DA INVENÇÃO: O Legado de Barbara Marx Hubbard e o Seu Futuro...)
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OUTUBRO DE 2005:
Barbara está sendo levada de carro por uma amiga querida, Carolyn Anderson, para Palm Springs, onde vai receber um Prêmio de Realização de Vida da Associação para o Novo Pensamento Global, e ministrará uma importante palestra
como seu discurso de agradecimento.
É um lindo dia e Barbara está aproveitando o passeio e a boa conversa com Carolyn. A conversa animada é interrompida pelo telefone celular de Barbara.
"Mãe, é o Wade."
"Wade! Como está você, querido? Estou a caminho de Palm Springs para-"
"Mãe, eu recebi uma notícia interessante."
Barbara percebeu a preocupação na voz de seu filho. "Sobre o que, meu amor?" Houve uma pequena pausa. "Sobre o quê?"
"Eu acabei de ser diagnosticado com um grande tumor." Barbara respirou fundo. "Eles dizem que é fatal, mas eu não acredito nisso."
"Oh, Wade... onde ele é?"
"É um tumor no cérebro, Mãe. Eles o chamam de glioblastoma."
Barbara não sabia ainda, mas na profissão médica eles descrevem essa condição com três palavras: Morte Sob Diagnose. Sem tratamento, a média de pacientes vive três meses. Com tratamento, de um a dois anos.
Wikipedia diz que o único sintoma predominante é um déficit progressivo da memória, personalidade, ou neurológico, devido a um comprometimento do lobo temporal e frontal. Resumindo, Wade começou apresentando todos três. De qualquer forma, naquele momento nada disso estava acontecendo. Wade parecia perfeitamente bem do outro lado da linha - e muito determinado.
"Eu quero esse tumor fora," ele disse.
Barbara disse a ele que com certeza ela o apoiaria, e faria tudo que fosse possível para vê-lo vitorioso na batalha que ambos sabiam que viria a seguir.
Wade desligou e Barbara contou para sua amiga ao volante o que acabara de ouvir. "Oh, querida," Carolyn continuou dirigindo num estado profundamente pensativo. Dentro de horas Barbara falaria sobre o potencial da humanidade, e agora ela faria isso sabendo que seu próprio filho estava ameaçado de morte. Se ele estivesse em um perigo imediato, ela teria cancelado sua presença e corrido para o seu lado. Mas não era o caso, e ambos sabiam disso. Então, ela foi em frente e fez a apresentação - embora o que se previa como uma ocasião iluminadora e perfeitamente feliz tenha se transformado para Barbara em uma noite muito desafiante.
Ela não mencionou em sua palestra a situação de Wade, mas reformulou seus comentários no que se referia a tragédias que ocorrem nas vidas de tantas pessoas, de tantas maneiras, ao mesmo tempo em que tantas novas possibilidades nascem.
"Realidades concorrentes, eu as chamo. Elas criam as terríveis dicotomias nas quais tantas pessoas vivem agora," ela disse para a audiência. "A única forma de alguém poder manter uma visão positiva do futuro é ver a circunstância do dia de hoje em termos espirituais."
Ela fez uma pequena pausa, limpando a emoção de sua garganta. "Muitos estão lidando hoje com tragédia, dor e sofrimento. E a vida nos convida a convocar a fé mais profunda, um 'saber' interior de que a crise precede a transformação, que problemas são condutores evolucionários, e que não há nada que aconteça que não tenha um significado maior."

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O que Barbara falou para sua audiênciaq naquela noite me impressionou desde que ela partilhou o fato comigo. Aquilo ecoa para mim a sabedoria que encontrei em
Conversando com Deus. Pode ser muito útil nós vermos que estamos "iluminando" e "queimando" ao mesmo tempo, como eu escrevi em minha analogia na semana passada. Nesse capítulo prévio eu perguntei:

"Pode ser dito que uma chama sofre porque está se extinguindo ao mesmo tempo que ilumina? Cada iluminação da vela é o resultado do seu próprio "queimamento." É o queimamento menos perfeito que a iluminação?"

A verdade é, nós vivemos (como Barbara diz) "realidades concorrentes." Mesmo enquanto nossa chama queima até a extinção, nós iluminamos tudo ao nosso redor.
Conversando com Deus (CcD) diz, "Dor é dor. 'Sofrimento' é o nosso pensamento sobre ela." Quando vemos TODOS os eventos de nossas vidas nos conduzindo a nossa própria evolução e a evolução de nossa espécie, começamos a, como CcD diz, "ver a perfeição."

Esta é outra coisa que é importante relembrar. Nós não estamos apenas "evoluindo" a nós Mesmos, estamos "evoluindo" a raça humana inteira. O que nós fazemos, não estamos fazendo apenas para nós, mas para todas as outras pessoas. Estamos criando "memes" (NT - conceito ou ação que se torna norma e é conscientemente repetido numa sociedade - termo cunhado por Richard Dawkins no livro "The Selfish Gene", 1976), estamos produzindo fatos, mandando informações para o campo da consciência coletiva de onde todo ser vivente extrai seu conhecimento. Eu quero falar mais sobre isso na próxima semana, porque essa ideia de todos nós trabalharmos para o resto da humanidade não é alguma coisa amplamente discutida ou explorada, mas eu penso que deveria ser.

Por ora, deixe-me terminar esta série de três partes com esta observação: Todas as coisas "ruins" que estão ocorrendo -- desde o terremoto no Chile até a terrível explosão numa mina no estado de Virginia Ocidental -- é uma parte do Processo Maior pelo qual Toda a Vida evolui. Eu sei que é muito difícil ver esse "raio de esperança" quando você é uma das pessoas cujo marido ou mulher ou filho morreu em uma dessas tragédias... então eu também quero falar na próxima semana ou em semanas posteriores sobre o processo do luto, e como ele pode ser afetado e facilitado pelo movimento a níveis mais e mais elevados de consciência espiritual.


Amor, Seu Amigo...



De: Neale Donald Walsch
Tradução: Sandra Barroca

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