sexta-feira, 9 de abril de 2010

PRESENTES E TRAGÉDIAS DA VIDA - PARTE II

Meus queridos amigos...

Continuamos hoje nossa série de três partes:

PARTE I - http://recrie-se.blogspot.com/2010/04/presentes-e-tragedias-da-vida-parte-i.html


PRESENTES E TRAGÉDIAS DA VIDA II:
Entendendo tudo isso


No primeiro artigo desta série, eu ofereci um olhar profundo sobre a natureza da realidade definitiva e o propósito de Deus e da Vida. O artigo era cheio de esoterismo, incluindo uma exploração detalhada da jornada da Alma. Mas como fazer aquilo trabalhar para nós de um jeito prático durante Esta Vida Aqui e Agora? Essa é a questão. E é isso que eu prometi que veríamos posteriormente.

Se nós acolhemos, aceitamos e adotamos as ideias expressas na Parte I desta série, saímos com uma noção totalmente nova de Deus --- de Quem e O Que Deus É --- e sobre a vida em si. Mas, viver dentro desta grandiosa noção não é fácil. Tudo que aprendemos até hoje de nossas religiões atuais, de nossas culturas, de nossas escolas e famílias se opõe a isso. Além disso tudo o que experimentamos em nossas vidas diárias faz o mesmo.

Como então aplicar o conhecimento e percepção da série Conversando com Deus em nossas vidas diárias? Como então entender os presentes e tragédias da Vida?

Bem, nós precisamos dizer a nós mesmos uma completa nova história sobre Quem e O Que Nós Somos. Isso é o começo. Precisamos contar a nós mesmos uma narrativa completamente nova sobre nossa própria identidade e por que estamos aqui.

O último livro na cosmologia de Conversando com Deus, When Everything Changes, Change Everything (NT - Quando Tudo Muda, Mude Tudo, ainda não lançado em português) nos diz que há Quatro Perguntas Fundamentais na Vida cujas respostas formam a base da nossa compreensão e experimentação da Vida em Si. Essas perguntas são:

1. Quem sou eu?
2. Onde estou?
3. Por que estou onde estou?
4. O que escolho fazer sobre isso?

WECCE (o acrônimo para o título do livro acima!) também diz que "não há respostas 'corretas' para essas perguntas." Ou seja, uma resposta não é mais "precisa" do que outra. Isto é verdade porque nós inventamos tudo isso. Ou seja, nós produzimos nossa própria experiência com base no que decidimos. Não apenas sobre isso, mas sobre tudo.

WECCE cuidadosamente explica como a Mente faz isso quando nós o fazemos com a Mente Sozinha e como a Mente faz isso quando nós o fazemos com a Mente trabalhando em harmonia com a Alma.

A maioria das pessoas não produz sua realidade através de uma colaboração da Mente com a Alma. Muitas pessoas usam a Mente Sozinha, como um instrumento único (mesmo que nunca tenha sido intencionado que ele fosse usado dessa forma). Como resultado, os dados que muitas pessoas acessam para responder as quatro perguntas acima são muito limitados.

Por outro lado, para aquelas pessoas que usam a Mente E a Alma de forma colaborativa, como o WECCE diz que todos nós deveríamos fazer, os dados que muitas pessoas acessam para responder as quatro perguntas acima são ilimitados. Isto faz um mundo de diferença --- e uma diferença em nosso mundo.

Nós precisamos então considerar as Quatro Perguntas Fundamentais na Vida sob o ponto de vista da Mente E da Alma, não apenas da Mente. Como fazer isso --- como "acessar a Alma" --- é explorado no livro em questão.

Quando considerada essa perspectiva expandida (isto é a perspectiva da Mente e da Alma observando a Vida juntas), eu respondo essas quatro perguntas assim:

1. Quem sou eu?
Eu sou uma Individuação da Divindade. Eu sou uma Singularização da Singularidade. Eu sou Deus manifestado numa forma física nesta vida presente como um ser humano chamado Neale.

2. Onde estou?
Eu estou no Reino Físico (o contrário do Reino Espiritual).

3. Por que estou onde estou?
Eu estou neste Reino para expressar e experimentar o que eu sei que o meu Ser é quando eu estou no Reino Espiritual. O Reino Espiritual é também conhecido como o Reino da Sabedoria. O Reino Físico é também conhecido como o Reino da Experiência. Eu entrei neste Reino --- este lugar dentro do Reino de Deus --- para conhecer o meu Ser em minha própria experiência. Eu sou Deus "sendo." Eu estou Sendo o ato de Ser. E o que exatamente eu estou sendo? Eu estou sendo tudo o que Deus é. Isto pode levar (e realmente leva) mais do que uma vida.

4. O que escolho fazer sobre isso?
Sabendo onde estou e por que, eu agora escolho usar esta vida em particular para experimentar, tanto quanto puder, o meu Ser, para expressar, tanto quanto puder, a essência de Quem Eu Sou. Para fazer isto, eu preciso primeiro saber Quem Eu Sou. Então, a primeira parte da minha jornada aqui na terra tem sido devotada ao processo de relembrar minha Verdadeira Identidade e a segunda parte tem sido devotada ao processo de expressar essa Identidade.

É assim que tem sido para muitas pessoas que caminham na terra. Enquanto há muito poucos que sabem com certeza Quem Eles Realmente São quando são, em termos terrenos, muito jovens (Foi dito que Jesus é um desses, impressionando os Fariseus quando aos 12 anos ensinou no Templo), a maioria de nós usa a maior parte de nossos anos na simples busca de Quem Nós Somos --- e então depois que relembramos Quem Nós Somos... na aceitação disso. Assim, sobra muito pouco tempo para a expressão disso. Se temos algum tempo
sobrando, este é o tempo mais sagrado de nossas vidas.

Aceitar nossa Verdadeira Identidade não é fácil porque, como eu disse antes, ela vai contra tudo que nos ensinaram e tudo que experimentamos. A segunda coisa é verdadeira porque tudo que experimentamos tem base em tudo que nos ensinaram.

Nossa tarefa, então, é "cancelar" os ensinamentos. Nós precisamos dizer aos nossos pais e mães e para todos aqueles que nos ensinaram sobre esta vida "Vocês estão errados. Vocês se enganaram. Não é como vocês pensam que é. Vocês não são quem pensam que são. Eu não sou quem vocês disseram que eu sou."

Só então podemos começar a dar algum sentido à vida. Só então podemos entender os presentes e tragédias da Vida. Só então podemos Compreender que, na verdade, não existem "tragédias", que a ideia da "tragédia" em si é uma noção errada, porque nós não vivemos num Universo descontrolado, um ambiente fora de controle. Na realidade, o oposto é verdadeiro. Nós vivemos num lugar (o Reino Físico) onde tudo faz perfeito sentido e é perfeitamente manifestado para produzir a oportunidade perfeita para a Divindade expressar e experimentar a Si Mesma como a Perfeição Em Si.

Quando compreendemos isso, caminhamos na terra como um Mestre. Percebemos as coisas como O Buda percebeu. Acolhemos a "tragédia" como Cristo fez (como uma oportunidade --- sim, a perfeita oportunidade --- para a "salvação" do Eu e, através do exemplo, de toda a raça humana). Nós enxergamos profundamente a vida, como o Profeta fez.

Agora é importante que eu defina o que quero dizer com a palavra "salvação" como usei acima. Eu não estou falando sobre salvação como em "salvar a alma da condenação eterna." Não existe algo como condenação eterna. Eu estou falando sobre a salvação de não conhecer e não experimentar Quem Você Realmente É e assim viver uma vida que não tem nada a ver com aquela e que deve necessariamente conter e incluir bastante sofrimento.

O sofrimento nunca é o resultado da dor. O sofrimento é o resultado de uma incompreensão do que está acontecendo. Muitas mães ao dar à luz, por exemplo, não "sofrem" a dor do nascimento da criança, mas realmente ficam exultantes até no momento em que experimentam a situação, pois entendem Quem Elas São e O Que Elas Estão Fazendo Ali.

Assim foi também com Jesus que compreendeu que metaforicamente estava "dando à luz" uma nova humanidade. Assim foi com O Buda que nos ensinou sobre o fim do sofrimento. A Vida, ele disse, é sofrimento... simplesmente porque nós não compreendemos a Vida. A Vida é sofrimento não porque é o que a Vida é intrinsicamente... mas porque nós não entendemos o que a Vida é intrinsicamente. Quando entendemos, o sofrimento se dissolve e deixa de existir.

Agora, esta série completa começou com uma pergunta: Por que algumas pessoas sofrem e morrem e outras não? A resposta para a primeira parte desse pergunta em termos metafísicos é que algumas pessoas "sofrem" porque elas não compreendem por que as coisas estão acontecendo do jeito que estão. A resposta para a segunda parte dessa pergunta é que nenhuma pessoa "morre". Não é possível morrer dado Quem e O Que Você É.

Quando você compreende isso, você diz, juntamente com mestres que disseram isso antes: "Morte, onde está o seu ferrão?" Você não teme a morte nem teme a vida. Você não sente a morte dos outros como uma "tragédia", mas realmente vê a morte como uma mudança de direção no caminho de toda jornada individual da Alma, mudança que é perfeitamente planejada para levar aquela Alma exatamente para onde ela deseja ir em seguida, enquanto seu processo evolucionário continua.

Este é um outro jeito de dizer que nada pode acontecer a uma Alma individual que não está perfeitamente colocado na vida e experiência daquela Alma e assim consentido pela Própria Alma.

E ESTE é um outro jeito de repetir a extraordinária sabedoria da série Conversando com Deus quando diz: "Não existem vítimas nem vilões."

De repente, a Vida começa a fazer sentido. Nós começamos a compreender que há um Processo Maior em funcionamento que perdemos de vista. Existe algo maior. A Alma do indivíduo, assim como a Alma Coletiva da humanidade, está continuamente renascendo a cada momento. Ela está se transformando. Ela está evoluindo. E... como aquela chama da vela que mencionei na Parte I... ela está mudando de forma ao mesmo tempo em que expressa o que é "agora."

Uma chama nunca é a mesma de um nano-segundo ao seguinte. A natureza da chama é que ela "destrói" a si mesma, ela queima a si mesma, ao mesmo tempo que está "sendo" O Que Ela É. Pode ser dito que uma chama sofre porque está se extinguindo ao mesmo tempo que ilumina? Cada iluminação da vela é o resultado do seu próprio "queimamento." É o queimamento menos perfeito que a iluminação?

Você agora entende "Os Presentes e Tragédias da Vida" e pode finalmente ver algum sentido nisso tudo.

Na nossa parte final: Iluminar e Queimar ao Mesmo Tempo: um Olhar para uma Vida Bem Vivida.

Amor, Seu Amigo...


De: Neale Donald Walsch
Tradução: Sandra Barroca

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